quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Corridinho do tempo

Até ter 18 anos passava o tempo a queixar-me que nunca mais crescia, que nunca mais tinha idade para sair à noite, para tirar a carta, para não ser chateada pelos Pais e poder fazer o que queria. Depois chegam os 18 anos e descobrimos que é quase a mesma coisa. Os meus Pais fizeram questão de me dizer que enquanto estivesse lá em casa tudo seria igual. Começam os vícios, aqueles que hoje luto para que os mais novos do clã ou não, abram os olhos e não os apanhem. Pelos vícios metemos a família mais de lado porque ao pé dela não podemos fazer algumas coisas proibidas. Começamos a dar muito mais atenção a "grandes amigos" que mais tarde ou mais cedo nos fazem cair na realidade da vida - muitos grandes amigos não existem - existem poucos bons amigos e durante toda a vida esse número dificilmente aumenta. Depois começamos a trabalhar e finalmente temos a liberdade que queremos - conclusão - paramos de sair e voltamos a dar valor à família que tanta vez deixamos para trás e sem razão. Hoje a luta é outra - temos familiares e amigos definidos, melhor ou pior mas estão. Muitos de nós lutamos pelo nosso cantinho e já o temos (Ah! Ah! Ah! - tem o banco - a gente tem uma divida muito grande). Não temos é tempo par usufruir do nosso cantinho, da nossa família, do nosso mais que tudo, da nossa vida em si. Tenho por vezes a sensação que daqui a nada estou a meio da minha vida e que podia ter gozado muito mais. Dizem-me muitas vezes que eu gozei bem - diverti-me muito, isso sim! Agora tenho tanto por conhecer, tanto para visitar, tanto por dizer a quem eu gosto, tanto por fazer a quem eu amo,... Confesso que tenho medo de chegar a velhinha... se chegar, e repara que deixar passar a minha oportunidade sem a desfrutar como deve ser. Ainda ontem foi o Natal, amanhã já é Páscoa... o stress do dia a dia faz-nos voar e o trabalho passa a ser a nossa primeira casa. Quem me dera voltar ao tempo em que tinha tempo para tudo e 4 meses de férias chegavam a enjoar. Quem me dera que o tempo voltasse a ser suave para o relógio e houvesse tempo suficiente para fartar-me de tudo o que mais gosto e mais amo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Até aos 18 anos o tempo parece demorar a passar. Depois, quando olhamos para trás já passou mais de uma década! E é como dizes, a maioridade não muda nadinha, já que os direitos e deveres se mantêm e a liberdade poucas alterações sofre durante uns qtos anos. Os amigos serão sempre poucos mas bons e esses manter-se-ão (eu desconfio sempre de quem diz ter muitos amigos... qdo mto terá muitos conhecidos ou "amigos de ocasião, que é o que não falta!). E sabes que mais? Trabalho nenhum deveria ter o "privilégio" de roubar tempo à nossa vida pessoal e ao tempo que os nossos merecem que lhes dediquemos, sob pena de sentirmos que deixamos o tempo passar por nós e demos prioridade a algo secundário, deixando para segundo plano os que nos querem bem. Temos de nos lembrar que quem nos é importante merece que o demonstremos, pq a vida nem sempre nos dará uma segunda oportunidade para o fazermos e, se for tarde demais, não será o trabalho ou o patrão a confortar-nos... e com esse boss q tens, trust me, o trabalho não tem nada que estar à frente da tua vida pessoal. Findo o horário laboral, deixa de haver obrigatoriedade de lá ficar a olhar para as fussas dessa besta!Jinhos grandes